segunda-feira, 25 de abril de 2011

Orar é falar com Deus



“Mas quando você orar, vá para o seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está em secreto. Então seu Pai, que vê em secreto, o recompensará” (Mt. 6:6)[1]

        Estão lembrados da definição infantil clássica de oração? Qualquer criança freqüentadora de Escola Dominical responderá prontamente: “Orar é falar com Deus”. A criança acredita firmemente que Deus escuta suas orações. Por que quando crescemos essa definição tão simples e verdadeira começa a ficar repleta de dúvidas? “Será que Deus realmente se importa com os detalhes da minha vida?”, “Se Ele sabe de todas as coisas, por que repetir em oração tudo que ele já sabe?”, “A oração é realmente uma arma poderosa para o crente?” são algumas das muitas dúvidas que cristãos em todo o mundo enfrentam em alguma fase da vida.
        A questão é que nos esquecemos muitas vezes da simplicidade de que, verdadeiramente, orar é falar com Deus. E esta, longe de ser uma definição infantil, é carregada de profundo significado para nós que cremos no seu nome. Afinal, acesso direto ao Criador do Universo, Rei dos reis e Senhor dos Senhores, não deveria ser encarado como um fardo, uma obrigação ou algo que fazemos nas migalhas do nosso tempo. E, como cristã, eu sinto o grande e diário desafio de lutar contra a minha carne para que eu não esmoreça na oração. Portanto, não falo como quem é expert no assunto, mas como alguém que está buscando vencer as barreiras que surgem e querem me impedir de me deleitar na intimidade que Deus quer que tenhamos.
Se sabemos que a Bíblia está repleta de incentivos para que nós perseveremos no exercício da oração, devemos nos esforçar em fazê-lo. Aqui estão alguns pontos para reflexão sobre esse privilégio tão grande que temos:

1.   A oração é uma forma natural de termos um relacionamento verdadeiro com Deus: Deus nos fez e nos salvou para que tivéssemos um relacionamento vivo e pessoal com ele. Não existem relacionamentos íntimos e saudáveis sem conversa. É através da convivência diária e aberta que de fato conhecemos as pessoas. O relacionamento íntimo entre a Trindade deve espelhar nosso relacionamento com Deus e com o próximo. Jesus, o próprio Filho de Deus, deleitava-se em derramar o seu coração diante do Pai. Jesus continua sendo o nosso maior exemplo, pois constantemente instruía seus discípulos, quer por palavras, quer por atitudes, sobre o valor indispensável da oração. Através das orações nós passamos a conhecer mais intimamente o nosso Deus.

2.   Enfrentamos uma constante guerra espiritual, porque o inimigo não quer que oremos: “A oração do justo é poderosa e eficaz” (Tg. 5:16) e o inimigo sabe disso! Há cristãos que se tornaram tão seculares a ponto de esquecer que Satanás é uma realidade e que nossa luta é constante. Não que sejamos agora extremistas e focalizemos nisso. Claro que não! Mas o outro extremo é vivermos como se nada maligno existisse e o mal tivesse ficado em algum lugar distante, perdido no Jardim do Éden. Infelizmente, o mal nos cerca “procurando a quem possa devorar” (1 Pe 5:8). Portanto, vigemos em oração!

3.   A prática da oração não é uma questão de tempo e sim de prioridade: vivemos em um mundo extremamente agitado. O lema da hora parece ser “é agora ou nunca”. Infelizmente, a pressa dita o quanto nos envolvemos com as nossas amizades, o quanto nos dedicamos à família e o quanto nos dedicamos ao nosso Deus. Para muitas famílias, já se foi o tempo de poder se reunir na hora do almoço ou no jantar e ler um texto bíblico juntos instruindo os filhos na admoestação do Senhor. Acredito que os cristãos não deveriam se conformar à falta de tempo e, sim criarem oportunidades para tudo isso e, principalmente, para o momento de oração individual. Que cristão não está cansado de ouvir: “Troque 15 minutos que você assiste TV ou navega na internet por 15 minutos de oração”? Sim, isso já se tornou clichê. Mas, e se de fato fizéssemos isto? E se fossemos convencidos, pelo Espírito, que vale a pena sacrificar outras atividades, até mesmo o sono, para estarmos aos pés da fonte de toda a vida? Em seu maravilhoso livro The Secret Key to Heaven, Thomas Brooks diz: “É nosso dever remir o tempo de todos os afazeres seculares para a oração individual”.[2] A Bíblia nos diz: “Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que não seja como insensatos, mas aproveitando ao máximo cada oportunidade (ou, remindo o tempo), porque os dias são maus (...) dando graças constantemente a Deus Pai por todas as coisas” (Ef. 5: 15-20). Acredito que deve haver uma redenção do nosso tempo nos dias de hoje e devemos, ousadamente, não tomar a forma do mundo, mas encontrar tempo para estarmos aos pés da cruz. Afinal, naquele dia o que diremos ao Senhor? Que não tivemos tempo de buscá-lo em oração?

E, mais uma vez, somos inspirados pelas sábias palavras de Thomas Brooks:

“Ó, cristãos! Se realmente acreditassem nisto (na importância da oração individual) vocês:
1.   Andariam mais agradecidos
2.   Trabalhariam mais alegremente
3.   Sofreriam mais pacientemente
4.   Lutariam contra o mundo, a carne, o diabo mais corajosamente
5.  Se entregariam para Deus, seus interesses e sua glória mais liberalmente
6.   Viveriam com a provisão que chega até vocês com mais contentamento
7.  Estariam em oração individual mais frequentemente, mais abundantemente”

Se orar é, realmente, um privilégio tão grande, não percamos oportunidades de derramar nossos corações na presença daquele que certamente nos ouve e se interessa por cada detalhe das nossas vidas.




[1] Todas as citações bíblicas são retiradas da NVI.
[2] BROOKS, Thomas. The Secret Key to Heaven. Edinburgh: The Banner of Truth, 2006 (Primeira publicação: 1665).
        

Um comentário:

  1. Ana minha querida. Concordo com sua matéria a, oração é importante, mas ao orarmos temos que orar para si e não para os outros escutarem, deixamos só a Deus nossos pensamentos. Um beijo fraterno. Kaoma

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