sexta-feira, 22 de abril de 2011

Morte e Ressurreição de Jesus

Marcos 15:22-39

A semana da páscoa é um momento muito especial, em que, como cristãos, comemoramos a morte e ressurreição do nosso Salvador, que sofreu, morreu, foi sepultado, e ressuscitou para nossa salvação, para o perdão dos nossos pecados, e para que tenhamos vida eterna e abundante.
Mas é bem verdade que a grande tragédia da igreja hoje não é que os símbolos do cristianismo foram esquecidos, mas que foram banalizados.[1] Não paramos para refletir e considerar o que eles representam. Isto é especialmente verdade para aquele símbolo essencial do cristianismo, que tanto evocamos na páscoa: a cruz do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
             Suponha que você estivesse lá naquela sexta-feira e fosse testemunha ocular daquela cena. Naquela tarde sombria você se encontra no meio da multidão e observa três homens crucificados. Ao olhar aqueles três homens na cruz, a única coisa que os diferenciava era a inscrição sobre a cruz do que estava no meio, que dizia “Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus” – além da atenção especial que alguns lhe dispensavam. Fora isto, você apenas testemunha o suplício de um homem até a morte.
Você seria capaz de ver além da superfície das coisas e entender o que estava realmente acontecendo?
Marcos 15 nos mostra diversas respostas à cruz, de pessoas que podem fisicamente ver a cruz, mas não são capazes de entender o que ela representa ou significa. Assim como naquele momento, hoje as pessoas tem as reações mais diversas ao se deparar com a cruz de Jesus. Alguns agem exatamente como aqueles mencionados no verso 29. São os que acham que sabem muito sobre Jesus e o que ele disse, mas que na verdade não entendem realmente o que ele falou. Em nenhum momento Jesus ameaçou destruir o templo, mas aqui vemos alguns que não entenderam realmente o que Jesus disse e se apressam em proclamar a todo mundo todo o seu “conhecimento” sobre ele.
O texto também fala dos sacerdotes e escribas (vv. 31-32). A sua zombaria de Jesus é a voz daqueles tantos que não crêem precisar de Jesus para sua salvação porque a sua própria de justiça já lhes é suficiente.
            Aparecem no texto também outros na expectativa de algo miraculoso (v. 36). O que será que vai acontecer de interessante com este homem, ou através dele? Que tipo de milagre ele é capaz de realizar? Querem ver algo interessante... ou mágico.
Mas existem outras reações possíveis. Estando diante de Jesus, o centurião obviamente não viu o véu do templo se partindo. Tudo que ele viu foi um homem morrendo, um ser humano torturado até a morte. Os outros zombavam de alguém prestes a morrer. Este testemunhou a morte. Se você tivesse testemunhado aquilo, qual seria a sua reação?
De onde ele tirou a idéia de que Jesus era “verdadeiramente o Filho de Deus” (v.39)? Notemos que o centurião, talvez um dos que o tivessem escoltado até o Gólgota e participado ativamente da violência contra Jesus, é um dos mais improváveis candidatos neste texto a compreender o evento que se desenrolava naquele momento. Certamente uma ação de Deus no coração daquele homem permitiu que ele visse além dos simples eventos, mas fosse capaz de compreender de forma mais profunda o seu significado.
Entender o mistério da páscoa é crer que os eventos narrados nos Evangelhos acerca da morte e ressurreição de Jesus realmente aconteceram. Mas não apenas isto, é também crer que a interpretação dada a estes eventos pela Escritura Sagrada é a correta e verdadeira. Em outras palavras, é não somente crer que uma figura histórica, um homem, morreu numa cruz romana, mas que aquele era “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo. 1:29), que “com uma única oferta, [Jesus] aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados” (Hb. 10:14), e que Deus nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1 Pe. 1:3).

Para Refletir:

Talvez não estejamos acostumados a fazer a seguinte pergunta nos termos que vou colocar: E se esta história for verdade? E se realmente Jesus morreu na cruz para nos salvar? Você realmente crê nisto? Porque se esta história é realmente verdadeira, que diferença faz que Jesus tenha morrido naquela cruz para a salvação de todos aqueles que crêem? E que diferença faz a sua ressurreição ao terceiro dia?


[1] A. E. McGrath, Making Sense of the Cross (Leicester: Inter-Varsity Press, 1992).

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