terça-feira, 6 de setembro de 2011

Podemos Confiar no Texto do Novo Testamento?

     A partir de hoje, estamos introduzindo uma novidade em nosso blog. Postagens que focalizam em alguns aspectos do estudo da Bíblia que despertam a curiosidade, interesse ou mesmo dúvidas em todos os que se aventuram a conhecer as Escrituras. Questões sobre os textos originais, descobertas arqueológicas, evidências históricas serão abordadas de forma simples, objetiva e não técnica, com o propósito de responder aos nossos questionamentos mais imediatos.

P52 - O manuscrito mais antigo do Novo Testamento

            Para iniciar esta série, trazemos algumas observações sobre as chamadas “testemunhas textuais” do novo testamento. Em linhas gerais, testemunhas textuais são os documentos que nos permitem descobrir o texto original da bíblia. No caso do Novo Testamento, são os manuscritos na língua original (Grego), as traduções antigas, documentos eclesiásticos da antiguidade, e citações do texto feitas pelos pais da igreja e outras autoridades.
            O estudo destas testemunhas, ou fontes, é muito importante não apenas para podermos reconstruir o que o escritor sagrado escreveu originalmente, mas também para respondermos a alguns questionamentos muito comuns, como por exemplo, se no processo de transmissão da Bíblia não teriam sido introduzidos erros e alterações no texto, e se os escritos da Bíblia tem algum valor como documento histórico.
            Um breve olhar sobre alguns números já servem como uma boa introdução ao assunto. Os escritos do NT foram todos produzidos no século I. Acredita-se que o mais antigo seja o livro de Gálatas (cerca de 48 d.C.) e os mais recentes seriam os escritos Joaninos (Evangelho, Epístolas e Apocalipse de João) que datariam das décadas de 80-90 d.C.
O manuscrito mais antigo do NT é o chamado Papiro 52, que contém trechos do Evangelho de João (Jo. 18:31-33; 36-37) e data por volta do ano 125 d.C. (ver imagem acima). Temos aí um intervalo de menos de 50 anos entre a produção de alguns textos do NT e os manuscritos mais antigos. Muitos outros documentos que datam de entre o século II e IV também existem para outros textos do NT. Para alguns, esta distância pode parecer longa, mas esta proximidade entre data da produção do texto e manuscritos mais antigos é sem paralelo na antiguidade. Apenas como exemplo, observem a tabela abaixo, com os dados de alguns textos clássicos da história, cuja autenticidade e confiabilidade são raramente postas à prova:


Olhando para esta tabela, é muito interessante notar também que o NT possui cerca de 6000 testemunhas textuais, entre manuscritos, versões, citações e lecionários (textos eclesiásticos). Dentre estas testemunhas, obviamente encontramos variações, como não poderia deixar de ser no caso de textos manuscritos. A grande maioria destas variantes diz respeito a questões simples como ordem das palavras, vocabulário e ortografia. Significativamente, dos 7947 versículos do NT, 4999 não apresentam variantes, o que resulta numa porcentagem de 62.9%. Este número é considerado pelos especialistas como extremamente alto, principalmente quando levamos em conta o grande número de textos em questão.
Sendo assim, podemos ter confiança de que o texto do NT não passou pelas supostas deturpações que tanto agitam a imaginação de alguns. Podemos também ficar firmes quanto à confiabilidade histórica destes escritos.

2 comentários:

  1. Very good idea, Rodrigo. I didnt see that coming.

    ResponderExcluir
  2. Thank you, Daniel! It would be great if you could get involved too! We'll talk more about it.

    ResponderExcluir